sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Koryu


Um dia participei de um seminário de jodo (lula com bastão), e no inicio de uma das aulas o sensei resolveu falar sobre o Koryu. Ele falou mais ou menos o seguinte:

No inicio, as artes marciais serviam a um propósito prático.

Um guerreiro tinha 3 deveres que deveriam ser seguidos nessa ordem.

1o - Proteger sua terra. Porque é nela que se mora e é nela que se cultivam os alimentos.

2o - Proteger todas as pessoas da terra. Porque sem as pessoas a terra não pode produzir.

3o - Proteger a própria vida.

A proteção da própria vida é colocada em ultimo lugar, pois se entendia que sem a terra e sem as pessoas que viviam nela, não se viveria uma vida digna. Portanto era preferível a morte, ao não cumprimento dos dois primeiros deveres.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Cruzando a Torrente - Ogha-tarana Sutta

Fonte : http://www.acessoaoinsight.net/index.htm

Assim ouvi. Em certa ocasião o Abençoado estava em Savathi no Bosque de Jeta, no Parque de Anathapindika. Então, quando a noite estava bem avançada, uma certa devata com belíssima aparência que iluminou todo o Bosque de Jeta, se aproximou do Abençoado. Ao se aproximar ela homenageou o Abençoado e ficando em pé a um lado a devata disse:

“Como, estimado senhor, você cruzou a torrente?”

“Eu cruzei a torrente sem me impulsionar para frente, sem ficar parado no mesmo lugar.”

“Mas como, estimado senhor, sem se impulsionar para frente, sem ficar parado no mesmo lugar, você cruzou a torrente ?"

"Quando eu me impulsionava para frente eu era arrastado. Quando eu ficava no mesmo lugar eu afundava. Assim eu cruzei a torrente sem me impulsionar para frente e sem ficar parado no mesmo lugar."
[A devata:]
Por fim eu vejo
um brâmane completamente saciado,
que sem se impulsionar para frente
sem ficar parado no mesmo lugar,
superou os apegos ao mundo.

Isso foi o que a devata disse. O Mestre aprovou. Então aquela devata pensando, "O Mestre me aprovou," homenageou o Abençoado, e mantendo-o à sua direita, desapareceu.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Amor

Quando nos aproximamos de algo, aumentamos nossa compreensão.

Quando nos aproximamos plenamente, compreendemos plenamente.

Tão difícil é se aproximar plenamente daquilo que gostamos quanto é dificil se aproximar plenamente daquilo que não gostamos. Nao existe diferença.

O amor é o que conduz a cessação da ignorância, pois nos move em direção a vida, que é onde mora o verdadeiro conhecimento.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Lei


A natureza tem uma lei. Qualquer caminho tomado pelo homem que não esteja de acordo com essa lei, conduz necessariamente ao sofrimento.

Haverá um dia em que os homens chegarão ao limite do sofrimento e daí procurarão curá-lo. Neste dia eles procurarão a lei. Irão estudá-la, tentar compreende-la. E tentarão agir conforme seus desígnios.

Aqueles que não agirem dessa forma, sucumbirão. A própria terra os expurgará.

Portanto certamente haverá o dia em que só andarão sobre a terra aqueles que estudarem sua lei. Mas este dia pertence ao futuro. Por um tempo muito longo, a ignorância dominara a mente dos homens. Um tempo muito longo mas não infinito.

Então hoje, qual a vantagem em se estudar e conhecer a lei, se o que impera é a ignorância?

Para entender isso é preciso entender também que a ignorância dos homens é uma das coisas que existem no mundo, e tudo o que existe no mundo só o faz porque assim a natureza o permite.

Podemos ficar impacientes com aqueles que não enxergam a lei, mas a impaciência também nasce da ignorância. Pois tudo o que acontece no mundo acontece como resultado dos desígnios da natureza. Isso vale também para o tempo em que as coisas acontecem.

Se nosso coração e nossa mente moram num futuro, que acreditamos, será melhor, então nosso coração e nossa mente estão longe do coração e da mente da natureza. O coração e a mente da natureza estão no momento presente, pois ela não é aquilo que foi ou o que vira a ser, ela é aquilo que é. O próprio tempo não é mais que mais uma de suas criações. Ela cria e conduz o tempo, não é criada ou conduzida por ele.