quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Sobre o medo

Um dia estava conversando com uma grande amiga minha que é médica. Estávamos falando sobre o medo.

Ela me falou que o último reflexo a desaparecer no corpo é o reflexo do músculo em torno dos olhos. É o último reflexo medido num paciente com morte cerebral. Se trata do mesmo reflexo que os espartanos consideravam o mais difícil de controlar, o ponto do corpo cuja reação é a mais sensível ao medo.
No dia seguinte à conversa fiquei atento a esse músculo e suas reações.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Deus


O ser humano faz parte do universo, mas os seres humanos não estao no centro do universo.
Quando o homem pensa ‘estou no centro do universo’ ou ‘vejo o universo do centro’ ele também pensa ‘posso ver o movimento das coisas que se movimentam’, mas isso é ilusório, pois o homem também esta se movimentando, ele também é umas das coisas que se move. Por isso ele não é capaz de perceber o verdadeiro movimento das coisas que se movimentam. Só Deus pode perceber o movimento das coisas pois ele esta no centro do universo, Deus mora no ponto imóvel do universo, de onde se pode medir o movimento de todas as coisas existentes.

Quando o ser humano tem certeza de algo, quando se apóia em seus conceitos, ele vive na ilusão.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sobre o medo


O medo é uma interrupção abrupta e ou intensa, da expectativa.

O medo surge quando se apresenta um cenário ou condições que nunca vimos, que nunca imaginamos, ou então que esquecemos.

O medo surge na mente do individuo quando este é colocado, ou se coloca em uma situação critica. Onde uma determinada ação é necessária. Uma ação que ele desconhece.

O medo é uma reação da mente, pois a condição desconhecida que deverá ser enfrentada e a ação desconhecida que devera ser executada chamam a necessidade de se apagar a mente.

De deixar de lado aquilo que se conhece, deixar de lado os pensamentos, expectativas e inundar a mente com a realidade das condições, as condições do meio em que a ação será executada e sua própria condição, a condição do individuo que executará a ação.

O medo é a reação da mente contra a realidade. Vencemos o medo ao nos integrarmos a realidade.

O medo indica o ponto onde nossa mente não funciona. Indica seus limites, indica os pontos onde a mente não é mais útil, onde ela deve ser superada.

Nos integramos a realidade quando ficamos absolutamente atentos a ela. Quando nos concentramos apenas e tão somente na realidade. Quando inundamos nossa mente com a realidade e afogamos todos os pensamentos.

Enfrentar o medo é o único caminho para o fortalecimento do espírito.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Sobre a coragem


Coragem implica em abnegação, inteligência, vencer o medo 

Coragem é agir mesmo sem ter o conhecimento sobre as circunstancias em que a ação irá se desenvolver. É quando não se sabe qual será sua condição depois da ação executada.
Medo do fracasso, é quando não temos certeza se nossa ação será julgada por nos mesmos como corajosa e util, ou como estúpida e ridícula. Por isso a coragem depende da inteligência.

Também é preciso autoconfiança, porque no final das contas o que vai fazer com que acreditemos, tenhamos esperança, que julgaremos nossa ação como a corajosa e útil depois dela concluída, é a crença de que somos capazes de realizar algo corajoso e util. Entao, é necessário auto confiança e inteligência.

Alguem que tenha esses dois atributos será corajoso. Mas muitos começaram não tendo algum desses atributos, ou os dois. Isso é possível?

È possível alguém se tornar um herói. È possível não ter uma dessas qualidades, mas desperta-la em momento critico.

O que motivaria o despertar dessas virtudes, a autoconfiança e a inteligência?
A motivação da morte é a motivação suprema. Ela desperta todas as virtudes.

A virtude da autoconfiança, vem de nos focarmos naquilo que podemos fazer, e tirarmos o foco sobre aquilo que não podemos.

A virtude da inteligencia nasce da simples atenção plena. Simples mas difícil de adquirir. Ou de readquirir pois nascemos com ela, assim como os animais selvagens, que as mantem por mais tempo ou por toda vida.

A motivação da morte é superior a motivação do amor?

Já houveram guerreiros que falaram sobre isso. E eles eram guerreiros respeitáveis e reconhecidamente corajosos. Eles falavam sobre a motivação do amor ser superior a todas as outras. Mas é muito difícil entender verdadeiramente o que é amor. Alguns dizem que quando compreendemos verdadeiramente seu significado, percebemos que a motivação da morte e a motivação do amor não são diferentes.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Símbolo

Um símbolo serve para tratar daquilo que não pode ser definido, conceituado, que não pode ser conhecido. Tratar o símbolo como uma hipótese cientifica é desviar o sentido do símbolo. Quando o símbolo é tratado como uma hipótese cientifica ele perde sua utilidade.

A idéia de renascimento é simbólica, e não literal. Tratar esse símbolo como uma hipótese científica é ficar cego à sua verdade.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O pensamento

O pensamento é o processo através do qual definimos um valor a uma determinada coisa.

Mas um valor só pode ser desenvolvido tendo como referência seu valor oposto.

Portanto a mente é sempre dual.

A matemática é o pensamento dual mais fortemente fundamentado já criado pela mente humana. Por isso tem utilidade como ferramenta.

Mas o universo não é dual.

Quando conseguimos pensar de forma não dual, mas de forma una, nossa mente desaparece.

Mas ai não estamos mais pensando. Estamos apenas observando o universo.

E percebemos que ele não é formado de partes.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Poema do Deus da Guerra

O homem deve ter uma vida exaustiva e difícil.

Não é homem aquele que busca a facilidade ou o reconhecimento.

O homem deve buscar a morte. Uma morte com honra.

Um homem deve lutar pela sua honra e nunca pela sua vida.

Um homem deve respeitar e buscar aquele que lhe ataca, e deve menosprezar aquele que lhe adula. Pois sabe que seus verdadeiros inimigos são aqueles que se aliam com seu pior inimigo, o orgulho. Inimigo terrível, que nunca dorme, sempre a espera de que baixe sua guarda, para assim atacar a fortaleza da honra, tão arduamente construída e único refugio seguro, único lugar onde se pode viver em paz.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Mente Pura

Um dia, quando fui a São Paulo, estava conversando com o filho da minha prima, que deve ter uns 5 anos de idade. A conversa era sobre insetos.

No meio da conversa ele disse que um dia havia sonhado que uma borboleta amarela tinha pousado no seu ombro e depois no ombro de sua irmâ.

Isso se chama mente pura.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

MEDITAÇÃO


A técnica para fazer desaparecer o pensamento é a de encher a mente de realidade.
Os estímulos devem ser separados dos seus condicionamentos.
A técnica consiste em prestar atenção no máximo de estímulos possíveis e manter esta atenção sem permitir que o pensamento surja e se surgir que não se desenvolva. A atenção correta ao estímulo inibe o surgimento e o desenvolvimento do pensamento.

Essa é a tecnica para alcançar o Kensho.

Se trata de adotar uma condição de ação contínua.
Enquanto o indivíduo age ele não se prende aos pensamentos. Apenas presta atenção nos estímulos e no objetivo.
Assim que o pensamento serve ao objetivo ele nao mais é necessário. Portanto ai não existe apego. Enquanto ha ação nao existe apego ao pensamento.

O pensamento dentro da ação funciona como ferramenta e nao como prisão para a mente.
O pensamento fora da ação funciona como prisão para a mente.

(Sobre Kensho : http://pt.wikipedia.org/wiki/Kensho)

Tartaruga



As tartaruguinhas que vão para o mar quando nascem tem mais chances de sobreviver e por isso se tornam membros relevantes para o desenvolvimento e propagação da espécie. As que não forem para o mar, terão menos chances de sobreviver e procriar e, se assim for, não serão membros relevantes para o desenvolvimento e propagação da espécie.

Da mesma forma os teoremas e proposições lógicas criados para explicar a realidade se desenvolvem e se propagam conforme sua relevância e capacidade de produzir resultados.

Da mesma forma como o bebê experimenta as possibilidades do espaço a sua volta o cientista experimenta as possibilidades, através da lógica, do espaço a sua volta.( As possibilidades lógicas do espaço a sua volta.).

Nem o bebê nem o cientista lidam com possibilidades irrelevantes.

Realidade



O ser humano não pode enxergar, ouvir, sentir ou compreender a realidade.
Aquilo que enxergamos, ouvimos, sentimos ou compreendemos são interpretações.
Tão absurdo é o indivíduo entender a realidade, quanto é absurdo a orelha entender o resto do corpo.

Não é o desconhecimento acerca da realidade que traz a frustração, e sim o seu conhecimento, o conhecimento sobre a realidade.
O indivíduo deve perceber a realidade, pois assim como o sangue passa pela orelha alem de passar por todo o resto do corpo, mesmo que a orelha não tenha conhecimento disso, pois não tem meios para isso, a realidade passa por nós, pois fazemos parte dela.
Devemos ter nossos sentidos apurados para poder perceber os efeitos e conseqüências que nos rodeiam.

O que eu vejo não existe de fato.
O que eu ouço não existe de fato.
O que eu sinto não existe de fato.
O que eu entendo não existe de fato.
A relevância do que eu ouço, vejo, sinto e entendo é determinada por mim.

Que se determine a relevância das coisas conforme os objetivos a serem cumpridos.

O indivíduo não deve se prender ou se apegar às definições.

Síndrome Savant



(Síndrome Savant : uma variação muito rara de certas síndromes neurológicas, principalmente o autismo, que dá ao indivíduo afetado por ela capacidades mentais especiais, como dons artísticos apurados, capacidade de memorização elevada, etc. O indivíduo dotado desta capacidade era chamado Idiot Savant (Sábio Idiota), denominação não mais utilizada.)
Estudos relacionados a síndrome Savant podem oferecer subsídio a idéia de que conceitos cognitivos complexos possam velar nossa capacidade de observação objetiva.
Estudos mostram que savants com a habilidades especiais, quando convencidos a aprender formas de comunicação verbal, tem suas habilidades diminuídas.
O que se verifica é que a superutilizaçao das habilidades do hemisfério esquerdo do cérebro depende por questões fisio-biológicas, da subutilizaçao do hemisfério direito, e vice-versa.
Nossa capacidade de observação objetiva, não-simbolica, é velada pelo uso da lógica que é conceitual e simbólica.
( N.A. Fonte de informações sobre Síndrome Savant e estudos relacionados: Scientific American Brasil , julho de 2002 ).